quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Assim que termina



Ele foi e nem disse adeus
me deixou nas mãos um punhado de lágrimas
que eu insistia em molhar minhas cicatrizes todas as noites
Ele olhou pra mim uma última vez
como quem queria me lembrar dos ipês amarelos
que eu insistia em olhar e apreciar todos que eu via
Ele soltou da minha mão
me deixou sozinha ali na noite
como eu insistia em sempre ficar
Ele me disse palavras de quem não volta
como quem sabe o que fala
e eu fiquei muda, como insisto em ficar
não por não ter mais as palavras,
mas por não ter com quem as compartilhar.

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