terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Palavra



Vivemos cheios dela.
p a l a v r a
Gosto dos seus sons e de suas cores
acácia, papaia, carambola, justiça, agora, uva
louvor, amarelo, velho, anis, ângulo, capim-limão, cura

Dentro de mim ela é linda,
assim como nas letras de uma canção
Ela sai de mim infinita
e já não tenho controle de sua direção

Ela entra em você diferente e em ti faz outra morada
Reflete em seus espelhos
e te oferece outros sentidos,
mesmo calada

Queria mesmo é morar dentro dela,
onde as letras se dão a mão
Dizendo a cada sílaba, que para ter palavra
 é preciso comunhão.

A procuro constantemente para descrever um sentimento,
um sabor, um cheiro, uma pessoa, uma dor
Mas que impossível missão!
Graças a Deus pela poesia
que direciona a palavra para o coração.





quarta-feira, 23 de abril de 2014

sem ele por perto



sem ele por perto, me rendo ao tempo
este se arrasta comigo pelos dias vazios
em nada vejo graça, sentido ou orientação
sou só caos e drama e sou só neles também

sem ele por perto, me rendo aos poemas
estes me levam para dores e para outros amores
me distraio em cada linha e em cada linha o acho
sou reflexo, somos, eu e ele. ele e eu.

sem ele por perto, me rendo ao Vento
este me sopra para um lugar de paz
tento me deixar leve e tranquila, e assim o sou
chego lá e é lar e aqui é só espera. 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Vida Toda



Hoje eu abri a janela vi lá fora passarinhos, canções e amores
Era tudo um coisa só, misturados feito um caleidoscópio da vida
Era mais bonito assim quando eu via tudo junto fazendo bagunça na minha mente,
desafiando as leis que fui criando com o tempo, colocando partes que eu achava que era impossível de serem colocadas juntas.
A partir de então, comecei a juntar tudo.
Dei nome de cores para as pessoas e colori algumas canções,
chamei de dia meus medos e alguns caminhos clarearam
perfumei minhas palavras e tudo ficou melhor depois de dito
E fui levando a vida assim, olhando para ela como toda e achei bem mais bonito viver.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

por-vir de novo



o que diria eu das coisas que hão de vir?
e dos poemas que surgirão em minha mente de uma hora pra outra
como frases, como fotos, como dias?

e que sabedoria vidente tenho eu para poder afirmar
que os dias serão melhores, que a vida será mais fácil,
que haverá essa luz vindo da janela, poesia a todo instante e mais tempo de ficar com ela?

aprendi a me soltar dos laços vindouros e me amarrar no presente
que o próprio nome diz, é dado como algo novo pra mim
eu o aceitei e o tendo em minhas mãos,
aprendi a não mais esperar, nem fazer previsões

o presente me dá sonhos e desejos
e é com eles que sigo para o novo
um ano novo, um dia novo, um segundo novo

de novo.





quinta-feira, 26 de setembro de 2013

poema para o meu coração



ah meu coração!
aquete-se nas horas que passam
descanse em cada segundo
pois o amanhã há de vir

coração, para que tanta agonia
tanta saudade do que ainda virá?
se entregue na folia de cada dia
que o carnaval já vai chegar

coração querido, não existe segredo
e eu insisto em todo dia te falar
pra você se entregar e não ter medo
pois quem ama, já sabe esperar.

meu caro coração, fique quietinho
bater tão forte não te leva a nada
chame seu amigo, suspiro
para que dancem juntos na madrugada

meu bom coração, o que mais te falar?
quero mais palavras para te fazer sorrir
a razão me falou para eu te aconselhar
mas eu, na verdade, só quero te ouvir.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

das pessoas perdidas.


Outro dia desses, estava lendo um livro e compartilhei com uma amiga sobre ele. O livro fala sobre realizações de sonhos, em acreditar em você, na sua essência.
Logo de primeira, a autora explica como estava confusa no mundo. Ela não sabia o que queria da vida muito bem lá por volta dos seus 18 anos (quem sabe, né?), mas sabia muito bem o que não queria, e o livro vai se decorrendo sobre esse dom de se auto conhecer e se permitir. E lendo os relatos da autora, essa minha amiga me falou: "Que ótimo esse livro. Adoro pessoas perdidas!"
Fiquei pensando durante a tarde toda naquele resumo dela sobre o livro e percebi que ela mesma era uma das pessoas mais perdidas que eu conheço, e veja bem, eu também era! E por isso nos damos tão bem!
Comecei a pensar em todas as pessoas que eu admiro/tenho amizade/gosto de estar junto e percebi que nenhuma delas, nenhuminha era uma pessoa "achada". Todas elas não batem muito bem da caixola, não sabem muito bem o que é certo ou errado, não sabem muito bem responder onde se encontrarão daqui há 5 anos, ou 2 anos ou em muitas das vezes, 1 mês. Algumas delas nunca fizeram faculdade, nem sabem o que querem direito, algumas delas já se formaram,  mas hoje trabalham em coisas completamente diferentes. Poucas delas tem um discurso pronto sobre os planos para o futuro, e as que têm, falam meio que rindo, pois sabem que tudo pode dar errado, e... tudo bem!
E também comecei a perceber que essas mesmas pessoas são aquelas que amam viajar e contar pra você da viagem, são aquelas que sempre aceitam um convite para estar com os amigos sem motivo específico nenhum, que inventam eventos só para estarem  juntos. São aquelas pessoas que compartilham bandas novas que ouviram, que leem mais livros em um ano do que as pessoas "comuns" leem na vida. São aquelas que dão mais valor as pessoas do que as coisas, ao o momento do que ao tempo. São mais criativas do que práticas, são mais coloridas do que padronizadas, são mais justas do que corretas, são mais sonhadoras.
Eu vivo cercada de gente assim, perdidinhas da silva. E quando penso nelas, lembro da Beatriz do Chico, que o ensinava a não andar com os pés no chão. Essas pessoas me ensinam a flutuar, a viver com a cabeça nas nuvens, acreditando nos meus sonhos e sendo completamente perdida neles.
E descobri que também adoro pessoas perdidas, Carol.

Quem quiser ler o tal do livro, clique aqui.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

desejos de ano novo.



quero andar outros caminhos, cansei daqui.
preciso sempre de novas paisagens, o mesmo me faz menos
preciso não saber o que virá na próxima esquina,
preciso não saber falar a língua, preciso me reconhecer no que eu não conheço ainda.

tenho em mim esse desejo latente para que tudo seja nada igual
preciso que depois de um dia ensolarado, a chuva venha com gotas gordinhas
preciso saber não esperar por nada, me surpreender ao virar a página
preciso começar a escrever sem precisar saber em quantas linhas

quero contar  pra você algo novo todos os dias
preciso não caber em tantas cenas, em tantos livros, em tantos discos
preciso dizer o que eu sinto sem ter tanta pressa, sem ter tempo
preciso sair de mim, rir de mim e te envolver de alento

tenho em mim essa certeza de que o que virá e bem melhor do que o agora
e preciso disso, por ora.