sábado, 12 de junho de 2010

Proposta.


Vem, que eu canto pra você as nossas chuvas
porque entendo esse nosso pacto com o vento.
Se nossos corações palpitarem em outras curvas e a gente se for,
é porque ainda nos nutrimos das possibilidades de outros caminhos.

(Mas, vem, que minha proposta é de um perpétuo movimento:
deste que nos faz vivos, confusos, certeiros, intensos, inteiros.)

Eu entendo essa roupa feita de jornadas.
Eu entendo essa alma impulsionada pela eterna busca.
Mas quando teu corpo inteiro só precisar de um aconchego,
te faço uma cama entre os meus seios


só pra você me contar sobre o fim do tempo da espera.

(Vem! Pra nos anteciparmos todas estas primaveras.)


[E para encerrar essa semana cheia de love com chave de ouro, coloco aqui as palavras de uma das minhas poetisas favoritas! A Marla é todo amor. Ela entende muito bem do meu coração. As vezes parece que eu conversei com ela tudinho que se passa. hehe.
Gosto desse poema em particular, pois ele é um convite....pra algo que você espera e quer que aconteça, tenha você achado o seu amor ou não.
Obrigada à todos vcs por todos os comentários, aqui, no orkut, por email, msn, twitter,pessoalmente. Você são uns fofos! Espero que essa semana tenha trago mais suspiros ao seu dia-dia e mais amor aos seus corações!
Feliz dia do amor!]

Um comentário:

Pâmela Grassi disse...

Mari, vim aqui agradecer pelo sua proposta de palavras sobre o amor! Espalhou-se o sorriso pela rosto ao ler suas palavras. E ao chegar aqui me deparo com lindíssimas palavras da Marla!

"Vem, que eu canto pra você as nossas chuvas
porque entendo esse nosso pacto com o vento."

Tempo de amor no dia nos namorados, mas o que eu gosto é do dia 11 de junho. Esse dia é contornado de memórias, por isso esparramei pelas folhas alguns escritos sobre ele. Que são as palavras que vão ao encontro do convite que fizeste. Espero que elas te façam feliz!

Um beijo, querida!

Aqui está!

Canção da noite versada num lago

Aqueles dois corpos de densidades artísticas guardavam a noite dentro de um lago. Ela era a expressão litúrgica dos interiores que perpassavam na alma de ambos. Sabiam que sua linguagem velhíssima sorvia as falas e as músicas , os desejos e as palavras, a fim de compor versos em abraços.

A celebração arrastava-se nas madrugadas dos dias 11 de cada mês e tinha nos cantos de amanhecer do Sol suas prévias. Ele colhia beijos escondidos dentro de cada flor para estralar no ouvido dela e assim, despertá-la de suas pálpebras dormentes.

E no canto de despertar da Lua, os corpos amantes partiam para o encontro da textura verde da grama. Ali, taças de vinho seco e um grande pote de mel os convidavam para oferecerem um ao outro.

E assim fizeram.

Suas bocas eram bebidas pelo vinho,
intercaladas de xêros no cangote,
embriagadas pelo cheiro das uvas.

Seus lábios eram alimentados
por beijos com gosto de mel,
portas para os caminhos dos corpos.

Enquanto as estrelas bordavam o manto negro do céu, os dois despiam de suas vestes para colocarem o tecido da alma.

Nus.
Cobertos de estimulações, envoltos de possibilidades.

Colocaram seus pés na água e mergulharam na noite.
Seus corpos [num abraço] deslizavam sobre o silêncio, provocando a entrega dos beijos para a dança dos suspiros

[sons que só tinham sentido na noite, quando um entrava dentro do outro]

Por momentos, a noite pode ser apenas uma canção de dois corpos abraçados. Momentos que não pediam pelo seu término, porque ali, nas águas negras, caiu um pedaço da Lua.